16 janeiro, 2018

Quando um Poeta alcança o Céu o Inferno instala-se, dilu Ente

foto A. DASILVA O.
Mais pudor, menos poder?
Vitoriano ajoelha-te
na cadeira do poder
para que te possa possuir

com todo o Meu pudor

dilu Ente


Não acredites nos padres-poetas
pois lhes é negada a Liberdade Poética
apenas prolongam a minha Palavra
como se fosse o meu sexo
Mas não, coitados, são escravos da minha precariedade
de Indigente a pedir esmola
à porta das igrejas como um Poeta
a quem lhe é negado o prazer física
afim de lhes alimentar a Livre e desobediEnte Liberdade
dilu Ente


Que seria da minha, Inocêncio
se não marejar sobre a tua inocência
os segredos do amor humano?
Essa máquina de fragmentar discursos espirituais
em evangelhos do faça você mesmo
A tua vergonha
humilha-me
como se fosse senão um trabalhador do sexo divino
dilu Ente


Que seria da infância
Sem a morte?
Um tempo morto?

dilu Ente

Sempre a procriar

dilu Ente

Nos jardins da Metafisica brinco com Cérebro
atiro o meu pénis para os arbustos
e lá vem ele todo feliz a ladrar 



num intenso vade-mécum 

A tua Carne é a casa do meu Verbo
onde o meu coração arde como um sol negro
Reserva as Alturas
para quando estiveres em queda livre
da imortalidade
dilu Ente



Mais palavra menos palavra
mais gesto mais gesto
mito degustar quem está em cima do bolo 
O conspirar do suspiro
dilu Ente

O meu labor é dissecar o Impossível
esse visível cadáver de Deus
dilu Ente

Consciência pesada
veredicto preocupante
Recorre a uma segunda opinião
na balança do teatro dos acontecimentos
Excesso de peso
A conspiração interior
dum temor silencioso


A estrela que nos persegue tal anjo da guarda
caiu no hipotálamo
o lago dos cisnes mortos


dilu Ente


 A tua Carne é a casa do meu Verbo
onde o meu coração arde como um sol negro
Reserva as Alturas
para quando estiveres em queda livre
da imortalidade
dilu Ente

Em que Terra estou?
Placenta minha querida ama
as tuas águas
vertem-me nas mãos o barro
A torre não Pisa
quem Babel destrói
com pensamentos
dilu Ente





 Pega o meu pénis
na mão e pelo caminho das pedras
eleva-o até à lua
dilu Ente