09 janeiro, 2018

Velar o Desconhecido é o meu ofício, diz o poema, e seus ossos manter dentro de mim

Tenho medo de trabalhar, diz o poema


As iluminadas ruas da amargura
Estão infestantes línguas sem fogo
sem pátria só dialectos onde a solidão se banha de tristeza alegre,
diz o poema

A poesia é uma prótese entre os dentes
dos mal-amados instintos
Enchidos de paz e amor, diz o poema


A multidão é uma vaca sagrada
e solidão o seu coração
em quebrado e ansiolitico silêncio
diz o poema

Se não fosse Eutu que seria da poesia? diz o poema

Poesia aberta, poetas ao soco, diz o poema


Ao fim de um dia trabalho é bom ouvir-te às voltas no túmulo a clamar por improvisos, diz o poema